Ser Celíaco é ser portador da Doença Celíaca, que aliás, eu prefiro chamar de condição e não de doença.
A Condição Celíaca é uma intolerância definitiva ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, a aveia, o centeio, a cevada e o malte, e, obviamente em todos os produtos fabricados a partir destes cereais, a exemplo de pães, massas, pizzas, biscoitos doces e salgados, cerveja, whisky, vodka, alguns doces, principalmente os produzidos a partir do chocolate maltado, etc. Mas será que é motivo para desespero?
Nas pessoas que possuem a Condição Celíaca o glúten deixa à mostra todo o seu potencial tóxico, que vai mais além do seu poder nutricional; e vendo por este ponto de vista, livrar-se desta proteína é mais um benefício do que um malefício para a saúde. Basta estar disposto a fazer uma total adaptação à vida diária.
A maioria dos Celíacos costumam ter sintomas clássicos como diarréia, perda de gordura nas fezes, vômito, perda de peso (ou dificuldade para adquirí-lo), inchaço nas pernas, anemia grave, problemas de pele e unhas, queda de cabelo ou pelos do corpo, baixa fertilidade, problemas menstruais, sinais de desnutrição, mas estes são somente alguns dos sintomas que o Celíaco pode apresentar. A lista é interminável, pois muitos Celíacos não apresentam nenhum dos sintomas acima citados, senão outros que parecem não estar relacionados ao problema, mas que sim, estão, como já se pode saber da obesidade, problemas neurológicos, entre muitos outros.
A Condição Celíaca pode ser diagnosticada através de exames de sangue, ultrassonografia do abdômen, mas o diagnóstico mais preciso vem através da biópsia do intestino delgado, parte do organismo que mais sofre com o problema.
Quando a Condição se apresenta na infância, a demora no diagnóstico pode levar a criança a deixar de se desenvolver adequadamente, parando de crescer e começando a perder peso de forma visível, mesmo quando a criança come grandes quantidades de alimentos.
Por ser uma Condição definitiva, o único tratamento é a retirada total de alimentos e produtos que contenham esta proteína, o que se torna um pouco difícil pelo hábito que temos, há anos, de nos alimentar basicamente de produtos fabricados a partir dos cereais com glúten. O pãozinho de todas as manhãs, o biscoitinho do lanche, a aveia com iogurte, o bolinho da tarde... mas na verdade a alimentação a base de glúten é menos nutritiva do que a alimentação baseada em milho, arroz integral, quínoa, mandioca (aipim), frutas e vegetais, podem acreditar e é totalmente possível viver muito mais saudavelmente, mesmo sendo portador desta Condição.
Há pouco tempo descobri que minha filha menor é portadora desta condição e, embora eu (a mãe) e o pai não sermos Celíacos também adotamos para nossas vidas esta dieta (estilo de vida) que vem se mostrando muito melhor do que o que ao que estávamos acostumados. Há anos somos veganos, e inclusive minha filha foi criada assim desde o nascimento e sempre foi uma criança muito saudável, tanto que os sintomas passaram quase desapercebidos, não fosse minha insistência pelo o fato dela não subir de peso há 3 anos, embora crescesse e se alimentasse bem, não teríamos nos dado conta do problema, pois nunca apresentou nenhum dos outros sintomas já mencionados.
O fato é que hoje estamos vivendo muito melhor, mais contentes, ela já subiu de peso, cresceu mais ainda, e eu, embora não Celíaca, sinto muito mais disposição para fazer as coisas, perdi o sobrepeso que estava devido a problemas hormonais próprios de minha idade, e a vida vai de vento em popa!
Viver de forma mais saudável, vale a pena!!!
Namastê! __/\__